Você Precisa Mudar? A Pré-Contemplação
Durante nossa vida
passamos por mudanças todos os dias praticamente. Algumas acontecem de forma
muito natural, outras com um pouco mais de esforço. Tem mudanças que são
baseadas em escolhas conscientes por uma necessidade pessoal, outras que a
gente pensa: “eu preciso mudar!”. Geralmente mudar não é muito fácil ou um
processo confortável, afinal de contas sair da “zona de conforto” nem sempre é
agradável. Mas às vezes, muito necessário!
Seja como for, podemos
focar em uma mudança comportamental em sua empresa, em seus relacionamentos,
com sua família, com os filhos, o início de uma dieta, prática de atividades
físicas, dependência de substâncias, é possível mudar e buscar o
desenvolvimento pessoal e de todas as suas potencialidades.
De acordo com Prochaska
e Diclemente (1982, apud MILLER e ROLLNICK, 2001, p. 172), os indivíduos passam
da falta de consciência ou disposição para fazer algo, para a preparação para
essa mudança. Durante o processo de mudança as pessoas passam por cinco fases
distintas. Das quais, neste momento te convido a olharmos para a primeira: a
pré-contemplação.
Talvez você esteja até
a considerar a possibilidade de uma mudança por conta do que as pessoas à sua
volta estão falando ou observando, mas não entende ou não vê nenhum problema em
seu comportamento. Pode ser também, que você não acredite que seja tão
problemático assim seu comportamento. Isso é o que chamamos de
pré-contemplação.
Vamos entender o porquê
desta resistência, através dos quatro “Rs”: relutância, rebeldia, resignação e
racionalização.
As pessoas que estão na
fase da pré-contemplação por relutância são aquelas que devido à falta de
conhecimento não querem considerar a mudança. Ou seja, talvez você ainda não se
deu conta dos embaraços ou dificuldades que seu comportamento está causando e
reluta em mudar. Conhecer os prejuízos da manutenção de seu comportamento e os
benefícios da mudança vai ajudá-lo.
Os pré-contempladores
rebeldes, resistem em serem instruídos sobre o que fazer. Quando alguém da
família, da empresa ou de seu convívio aponta seu comportamento ele se irrita.
Chegando a ser hostil e grosseiro muitas vezes. Isso se explica por sua
insegurança e medo, se você se enquadra neste perfil, não vai admitir isso tão
fácil.
Indivíduos que
pré-contemplam a mudança, mas não avançam por resignação são aqueles que
desistiram após várias tentativas sem sucesso. Não possuem energia ou
investimento no movimento de mudança. Acreditam que seja tarde demais, ou que
já são assim há tantos anos então não tem mais solução. Não há mais esperanças!
Por fim, o
pré-contemplador racionalizador tem todas as respostas. Possuem várias
justificativas para seu comportamento, argumentam com muitas razões sobre o
problema não ser um problema. Afirmam que aquele comportamento pode ser um problema
para outro, não para ele. Ele está no controle. Quando alguém vai conversar
sobre seu problema, o diálogo rapidamente transforma-se em um debate.
Se você pensa em uma
mudança por algum motivo, reflita sobre a fase da pré-contemplação e observe em
qual destes tipos se enquadra. De qualquer forma, muitas mudanças são bem
vindas em nossa vida, mas por algum dos motivos aqui tratados o caminho para
elas não é trilhado.
Uma música do Raul
Seixas nos propõe uma boa reflexão: Medo da Chuva. Não somos pedras imóveis na
praia que ficam sozinhas a chorar! Perca o medo e enfrente a mudança!
REFERÊNCIAS:
MILLER, W. R.; ROLLNICK, S. Entrevista Motivacional: Preparando as
pessoas para a mudança de comportamentos adictivos. Tradução: Andrea Caleffi e
Cláudia Dornelles. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Marcos Messias da Silva Justiniano
Psicólogo/Palestrante/Docente
(11) 98433-1067
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