NÃO QUERO VOLTAR ATRÁS A Prevenção da Recaída

Após passar pelo difícil processo da mudança é esperado que caminhemos na manutenção de comportamentos novos e um novo padrão de vida condizente com nossas expectativas de saúde se estabeleça. Às vezes manter este novo comportamento e estes novos hábitos não é tão fácil, mas é possível se você acreditar que pode. Não volte atrás!
A Prevenção de Recaída pode ser entendida como um conjunto de técnicas que tem como objetivo principal a manutenção da mudança de hábitos. De acordo com Jungerman (2013), inicialmente desenvolvida com o objetivo de fazer a manutenção comportamental no tratamento da dependência química, a prevenção de recaída hoje em dia abrange todos os comportamentos considerados aditivos, como os transtornos de alimentação, compulsão por jogos, tipos de filmes, hábitos, etc. Para este autor, nestes comportamentos, a pessoa busca uma gratificação imediata, revelando possíveis efeitos adversos desse comportamento, como desconforto físico, desaprovação social, problemas financeiros, entre outros.
Você sabe as dificuldades que enfrentou e ainda está enfrentando neste processo de mudança, portanto não permita que nada possa colocar tudo a perder.
Alguns fatores intrapessoais influenciam a recaída e devem ser monitorados para uma adequada prevenção e para que você não inicie o retrocesso comportamental:
Autoeficácia: Este conceito diz respeito à confiança e capacidade que a pessoa sente de ter um determinado comportamento em uma situação específica;
Expectativas de resultado: É a antecipação que a pessoa faz dos efeitos de uma experiência futura. A expectativa positiva da substância leva a um resultado ruim de comportamento dependente e a expectativa negativa, implica melhores resultados e manutenção da mudança;
Fissura: É o desejo intenso de retornar ao comportamento anterior. No caso da substância química, a forte vontade de consumo. Colocando em foco as sensações da pessoa e suas expectativas de resultado em relação ao retrocesso é possível minimizar a fissura. Nesse momento lembre-se e concentre-se nos resultados negativos que aquele comportamento vai resultar.
Motivação: Há motivos para que você mantenha sua ação e permaneça com este novo padrão de vida. Foque em suas metas e objetivos.
Habilidades de Enfrentamento: É necessário que você estabeleça estratégias para enfrentar situações de alto risco. Tenha em mente o que fará se uma situação te impulsionar ao retrocesso. Treine quantas vezes for preciso para que no momento certo, sua resposta seja adequada e positiva no sentido daquilo que determinou para sua vida.
Estados Emocionais: Muitos estudos indicam os estados emocionais negativos como um forte preditor da recaída, portanto, monitore e fique atento às suas emoções. Esse pode ser o primeiro motivo para que você volte atrás. Neste ponto, não se esqueça que os pensamentos estão associados às suas emoções, identifique os disfuncionais.
Finalmente, os fatores interpessoais também devem ser levados em consideração na prevenção de recaída. O que seriam esses fatores?
O suporte, o apoio social, familiar, terapêutico, profissional, precisa ser valorizado e aproveitado da melhor maneira possível. Não bata no peito e queira resolver tudo sozinho, você sempre será o grande responsável por suas decisões e escolhas e por manter a mudança, porém, toda ajuda é bem-vinda durante este processo. Aproveite!
Vamos lá, pode ser difícil, mas é possível. Acredite em seu potencial! Viva melhor e aproveite cada minuto da melhor maneira. Tenha saúde mental e emocional.
  

REFERÊNCIA:

LARANJEIRA, R.; ZANELATTO, N. A. (Org.) O Tratamento da Dependência Química e as Terapias Cognitivo-Comportamentais. Porto Alegre: Artmed, 2013.

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